Esta semana, trago-vos uma sugestão nacional. Um livro tradicional, com muita história, com uma extensa lista de leitores que avaliaram o teor desta obra.
Uma obra emblemática de Almeida Garrett, o livro "Viagens na Minha Terra", publicado em volume em 1846, trata-se de uma obra simbólica para o ponto de partida da moderna prosa literária portuguesa: pela mistura de estilos e de géneros, pelo cruzamento de uma linguagem, por vezes clássica, noutras vezes popular, mas também jornalística e ainda dramática, com o objetivo de enfatizar a vivacidade de expressões e imagens, com um tom oralizante do narrador, que procura relacionar situações com descrições do lugar onde se encontra, Garrett libertou o discurso da pesada tradição clássica, antecipando o melhor que a este nível havia de realizar - Eça de Queirós.
Mas a obra vale também pela análise da situação política e social do país e pela simbologia que Frei Dinis e Carlos representam no enredo: no primeiro é visível o que ainda restava de positivo e negativo do Portugal velho, absolutista; o segundo representa, até certo ponto, o espírito renovador e liberal. No entanto, o fracasso de Carlos é em grande parte o fracasso do país, que acabava de sair da guerra civil entre "miguelistas" e "liberais" e que dava os primeiros passos em termos de vivência social e política em moldes modernos.
Garrett narra bem a ação principal, contudo perde-se um bocado nos seus pensamento e está constantemente a divagar, afastando a atenção do leitor...
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