Com isto, podemos dizer que a culpa não se compatibiliza com os arguidos pertencentes aos estratos mais elevados da sociedade. É um relacionamento que na ordem normal das coisas deveria funcionar, mas a justiça parece ter o papel daquelas irmãs que fazem tudo para o relacionamento do irmão ou da irmã não resultar... Em Portugal, a culpa morre tantas, mas taaantas vezes solteira, que podemos considerar uma utopia imaginar Armando Vara, Duarte Lima, Manuel Godinho, Dias Loureiro, Isaltino Morais, Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro e muitos outras célebres personalidades do enorme espetáculo de circo da justiça portuguesa, vestidas às listas brancas e pretas e cercados por grades...
Se dizem que "a nossa crise é filha da corrupção" e eu acrescentaria que a nossa justiça é o resultado de um matrimónio não consumado, onde a culpa não encontrou a sua alma gémea (o vigarista). A vergonha, a honra e a honestidade estão tão presentes no nosso país, como a água está no deserto.
Injustiça, desequilíbrio, parcialidade, favorecimento... Peçam ao padre para casar a culpa com o culpado; a vergonha com envergonhado; a desonra com o desonrado, para que possamos celebrar a formação dos valores morais e éticos na nossa justiça e no nosso país.
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